Skate nas escolas: formar atletas ou formar cidadão?

16/09/2024

Tematizando o skate numa perspectiva cultural da Ed. Física. 

Faltando menos de um ano para os Jogos Olímpicos, todavia, como é de praxe, surge programas e discursos a favor de uma escola formadora de atletas. A título de exemplo, recentemente foram retomados os Jogos Escolares Brasileiros (JEB´s), na qual o skate também foi "comtemplado" como modalidade de exibição. Nesse sentido – influenciado por uma lógica capitalista – consequentemente, constrói-se a imagem não de um professor, mas de um treinador; bem como, não de um aluno, mas de um atleta. Assim, justifica-se a opinião pública a respeito da ideia de que a função do professor de Ed. Física é descobrir talentos e formar atletas de alto rendimento para representarem o país. Deste modo, segundo Vago (1996, p. 7):
"(...) Parece que a Educação Física somente seria legitimada na escola na medida em que transmitisse (ensinasse) esse elemento da cultura tal como ela se realiza nas sociedades modernas (...)"
Entretanto, sabe-se que o esporte de alto rendimento, por sua própria natureza, não inclui todos os indivíduos. Além disso, sabe-se também que nas aulas de Ed. Física, enquanto disciplina do currículo escolar, o esporte – portanto também o skate – deve ser utilizado como uma ferramenta fundamentalmente socioeducativa, que busque o desenvolvimento integral dos alunos e a participação nos processos de emancipação e formação de cidadania, buscando evitar a seletividade em razão de aptidão física e a competição exacerbada entre os praticantes. Sendo assim, segundo Tubino (1992, p. 34):
"o desporto educacional, responsabilidade pública assegurada pelo Estado, dentro e fora da escola, tem como finalidade democratizar e gerar cultura através de modalidades motrizes de expressão de personalidade do indivíduo em ação, desenvolvendo este individuo numa estrutura de relações sociais reciprocas e com a natureza, a sua formação corporal e as própria potencialidades, preparando-o para lazer e o exercício critico da cidadania, evitando a seletividade, a segregação social e a hiper competitividade, com vistas a uma sociedade livremente organizada, cooperativa e solidária."

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